segunda-feira, 5 de julho de 2010

Melhoria de rendimento não anima especialistas.

Mariana Mandelli e Luciana Alvarez
Clipping Educacional - O Estado de S.Paulo


O crescimento do rendimento escolar (fluxo dos alunos de uma série para outra) na composição da nota do Ideb do ensino médio é positivo, mas ainda não pode ser encarado como uma melhora na qualidade da educação. É o que afirmam especialistas ouvidos pelo Estado.
A decomposição da nota do Ideb mostra o quanto os dois fatores que formam o índice - o desempenho dos alunos em uma prova nacional e o fluxo (taxas de aprovação e de matrícula) - influenciaram no crescimento total. No caso do ensino médio, foi observado um crescimento do fluxo em relação ao desempenho: de 29,9% em 2007 para 42,1% em 2009. Já o desempenho era responsável por 70,1% do índice em 2007 e, em 2009, passou a valer 57,9% dele.
Ou seja: para o crescimento de 0,1 do índice total do ensino médio, que foi notado de 2007 para 2009, o fluxo dos alunos ganhou importância em relação às notas na Prova Brasil.
No caso dos anos iniciais do ensino fundamental, o peso do fluxo caiu de 40,8% em 2007 para 28,9% do total do Ideb de 2009. Sua participação na formação do índice para 2009 também diminuiu nos anos finais, de 46,3% para 36%. Em outras palavras, esses valores demonstram que o desempenho dos alunos do ensino fundamental, de uma forma geral, foi mais importante do que o fluxo para compor o Ideb.
Para Ocimar Munhoz Avalarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), a melhora no fluxo dos alunos deve-se à queda nos índices de evasão, que têm "despencado" em todas as etapas da educação - o que é positivo. Mas, segundo ele, no ensino médio, os dados do Ideb revelam mais um motivo de preocupação.
"Esse crescimento do índice ainda é pequeno, e melhorou em grande parte por causa do fluxo. Só que, sem melhora de aprendizagem, também não adianta melhorar o fluxo", afirma.
Segundo o especialista em educação e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Simon Schwartzman, a melhora do fluxo dos alunos do ensino médio deve ser vista de forma positiva.
"Quanto menos reprovação, melhor. Hoje todo mundo concorda que reprovar não é o melhor a se fazer. Essa é uma discussão ultrapassada. O jovem deve acompanhar o grupo de idade dele. Mas é claro que a melhora das notas ainda é não é suficiente."

fonte: http://www.estadao.com.br/

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